Depois de virar notícia após levar um calote da Tok&Stok, o fundo imobiliário (FII) Vinci Logística (VILG11) informou aos cotistas nesta quinta-feira (7) ter recebido um pagamento da varejista de imóveis.
A companhia ocupa um galpão do fundo localizado em Extrema, Minas Gerais. De acordo com um comunicado enviado ao mercado, o VILG11 recebeu o pagamento integral do aluguel de fevereiro, com vencimento na última segunda-feira (6).
Vale destacar, porém, que a Tok&Stok ainda não depositou a soma referente ao uso do empreendimento em janeiro, que venceu no mês anterior. Assim, a varejista segue inadimplente e, conforme reforça o FII, é alvo de uma ação de despejo.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, o processo de desocupação tem valor superior a R$ 21 milhões e corre na 3ª Vara Cível de São Paulo.
O VILG11 não chegou a detalhar qual era o tamanho da dívida, mas, em comunicado enviado ao mercado anteriormente, já havia reforçado que o aluguel do imóvel corresponde a cerca de 14% de suas receitas totais. O percentual representa a maior concentração de receita do portfólio de locatários e cerca de 11% da Área Bruta Locável (ABL) do FII.
Tok&Stok vai fazer reestruturação financeira
O calote no aluguel do VILG11 não é o primeiro indício de que a varejista de móveis fundada em 1978 enfrenta dificuldades financeiras.
Segundo informações d’O Globo, a companhia contratou recentemente a Alvarez & Marsal (A&M) para uma reestruturação financeira.
Vale relembrar que não faz muito tempo que a Tok&Stok considerou uma abertura de capital e chegou a divulgar o prospecto para uma oferta pública de ações (IPO) em 2020.
Na época, a empresa estava em um ciclo de expansão iniciado em 2012 com um aporte do The Carlyle Group — multinacional americana de investimentos — e possuía 59 lojas físicas e uma plataforma de e-commerce responsável por 24% de suas vendas.
Mas a piora no cenário para o mercado de capitais e a crise entre as empresas do segmento atrapalharam os planos de IPO. Uma das maiores concorrentes da Tok&Stok, a Etna, encerrou as atividades comerciais há pouco menos de um ano.
A Alvarez & Marsal é um dos principais nomes do ramo de gestão e reestruturação de empresas e trabalha no caso Americanas — a companhia entrou em recuperação judicial após a descoberta de um rombo contábil bilionário em seus balanços. Aliás, o novo CEO da Americanas, anunciado na última quarta-feira (15), foi sócio da consultoria.