O bilionário Elon Musk acabou caindo para o segundo lugar no ranking da Bloomberg de ricaços do mundo após perder US$ 15 bilhões (sim, bilhões) no pregão desta segunda-feira, quando as ações da Tesla caíram 9%.
Com isso, os papéis da empresa chegaram a valer US$ 627 por volta das 9h30 da manhã (horário de Brasília) desta segunda feira.

Esse foi o maior tombo em um mesmo dia para as ações da empresa de carros elétricos. Especialistas afirmam que a queda se deve após a fala de Musk sobre o bitcoin, afirmando no fim de semana que o preço da criptomoeda estava “muito elevado”.
Bitcoin e Tesla: uma história de amor
Tudo começou com um sonho. No início deste mês, a Tesla informou a compra de US$ 1,5 bilhão em bitcoins para aumentar a fluidez dos ativos da empresa. No mesmo dia, a criptomoeda disparou mais de 10%.
Não é novidade que Musk é um fã da criptomoeda, que já superou a marca de US$ 55 mil. Entretanto, o sonho acabou quando o CEO da Tesla fez o valor do Bitcoin cair 10%, para US$ 51 mil.
Além disso, outras figuras importantes também aumentaram as preocupações em cima do Bitcoin. Na segunda-feira (22), a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, alertou que a criptomoeda era um “ativo altamente especulativo” e disse que está preocupada com a perda de dinheiro dos investidores.
“É uma forma extremamente ineficiente de conduzir transações, e a quantidade de energia consumida no processamento dessas transações é impressionante”, afirmou a ex-presidente do Federal Reserve.
Bitcoin e Tesla: tem mesmo a ver?
Para o co-fundador da fintech americana Wise&Trust, Rudá Pellini, quando as empresas aumentam sua participação em Bitcoin, a alta ou baixa do ativo tende a aumentar a correlação entre ambos.
“Ainda é difícil de fazer uma análise de causalidade, mas olhando dados de hoje, enquanto o Bitcoin apresenta quedas de aproximadamente 11%, as ações da Microstrategy, outra empresa que também aderiu parte do caixa em bitcoins, inclusive de forma mais agressiva que a Tesla, estão caindo cerca de 18% na abertura do pregão nos EUA”, afirma ele.
“Se o Bitcoin se valorizar 10 ou 15% em um dia, por exemplo, é extremamente provável que as ações da Tesla irão seguir o mesmo caminho, pois novamente o mercado como um todo irá saber que grande parte do tesouro da empresa também se valorizou”, comenta Bernardo Teixeira, CEO da BitcoinTrade, corretora brasileira de criptomoedas.
Bernardo afirma que, como o mercado de criptomoedas ainda é muito recente, as oscilações de dois dígitos são comuns. Mesmo assim, ele diz que existem rumores de que diversas empresas do S&P 500, que cotizam o valor das 500 maiores companhias dos EUA, também devem seguir o caminho de aumentar sua participação nesse tipo de ativo.
Já Vinicius Frias, CEO do Alter, discorda. "Não vejo relação. A operação principal da Tesla nada tem a ver com bitcoin. A compra de bitcoins que a Tesla realizou é uma escolha na parte de tesouraria da empresa, não tem fundamento acompanhar a oscilação de curto prazo do sobe e desce do Bitcoin".
Agora, a fortuna de Musk é de “apenas” US$ 183 bilhões, sendo ultrapassado por Jeff Bezos, CEO da Amazon.
*Com informações do Business Insider